domingo, 6 de maio de 2018

Moda - Idade Contemporânea: Século XIX

O final do século XVIII e o começo do século XIX na França, divide-se em três períodos: o primeiro de 1789 a 1799, chamado de Diretório, foi um período de bruscas mudanças nas vestimentas. O segundo de 1800 a 1815, é a época do período Império, baseada na silhueta neoclássica. E de 1815 até 1820, ocorre o período final do Neoclássico, chamado de Regência, cujas características mudam gradativamente para o estilo Romântico.



Diretório:
No início da década de 1790, o traje dos homens e das mulheres começou a perder a decoração superficial como as rendas e as cores vivas. Esta mudança foi lenta, mas alterou completamente a silhueta. Durante o Diretório, o ideal de beleza era o neoclássico, ou seja as mulheres procuravam se assemelhar as estátuas gregas da antiguidade clássica. Houve a simplificação das roupas masculinas por conta da Revolução Francesa, assim como também o desaparecimento gradual das perucas.

Indumentária feminina:
Na moda feminina, além do abandono dos tecidos pesados, das ancas, dos panniers e dos corpetes, a cintura tornou-se mais elevada, indo parar logo abaixo do busto. Os vestidos eram longilíneos e fluídos e viriam a ser conhecidos como “linha imperial”. Eram finos e transparentes em musselina, cambraía ou morim e o comprimento era até os pés, sendo necessário o uso de roupas de baixo para disfarçar a transparência.



Havia pouca diferença entre as peças de roupa para o dia e para noite, exceto na qualidade dos tecidos. Nos pés usavam sapatilhas sem salto ao estilo bailarina. Surgem nesse período as primeiras bolsas, denominadas retículas, para que as mulheres pudessem levar seus pertences. A beleza era simples, penteados repartidos ao meio, presos e com pequenos cachos. Era considerado elegante enfeitar com plumas de avestruz.



Em tempo frio, usava-se a peliça que mais tarde tornou-se redingote (espécie de sobretudo), ou spencer (casaqueto curto até a cintura), cortados em cores idênticas aos dos vestidos, ambos feitos em tecidos mais pesados e enfeitados com pele, bordados e o uso do xale tramado

Indumentária masculina:
Com o abandona das roupas “da Corte” e a aceitação das roupas de campo inglesas, os bordados desapareceram e as peças passaram a ser em tecidos lisos. O corte e a costura eram indicativos de qualidade e não mais a quantidade de enfeites e bordados. O casaco tornou-se comprido, as botas passaram a ser utilizadas, ao invés dos sapatos com salto do Rococó. Os coletes ficaram mais curtos, os colarinhos eram altos até a nuca, e eram usados lenços ao redor do pescoço. Nas pernas, calções com bolso faca e botas; Os calções eram até os joelhos, com fraque em tecido liso, meias brancas em seda eram usadas somente a noite. Usavam uma forma primitiva de cartola, cabelos curtos e costeletas. A moda do Diretório teve fim quando Napoleão chegou ao poder.




Império:
A moda Império ou Neoclássica foi inspirada na Grécia antiga e teve seu ápice na coroação do Imperador Napoleão em 1804. Exceto nos tempos primitivos, nunca as mulheres haviam usado tão pouca roupa. Os trajes pareciam ter sido criados para um clima tropical, e de fato, a Europa passava por temperaturas elevadas. Napoleão Bonaparte fez questão de fazer da França um país líder de moda. Bonaparte seguia a tradição de promover a economia francesa através da moda. Sua esposa Imperatriz Josephine era ícone de estilo e o que usava era copiado pelas mulheres.



Indumentária feminina:
Na moda feminina, era usado uma espécie de camisola leve, decotada que ia até os tornozelos com uma saia em formato de “A”, tinha cintura alta (logo abaixo do busto), e pequenas mangas bufantes. As roupas diurnas poderiam ter golas, mangas e nenhum enfeite. Havia distinção nas roupas: vestidos de tarde, vestidos para caminhar, vestidos para viajar e  para noite, que recebiam adereços e enfeites.



Vestidos brancos eram sinal de status social, já que o branco suja facilmente, eles eram usados à noite com enfeites em renda, decotes, um volume extra na parte de trás que poderia ser carregado nas mãos e eram usadas luvas longas. As moças usavam cores suaves como rosa, lilás ou azul; já as senhoras cores mais sóbrias como roxo, vermelho ou amarelo.



O corpete era usado, sem apertar, pela minoria das mulheres que desejam parecer mais magras, nessa época as mulheres usavam roupas de baixo para disfarçar a transparência dos tecidos dos vestidos. Os rufos voltam á aparecer, porém em tamanhos discretos; o xale era a peça essencial do guarda roupa. Acessórios: luvas, sombrinhas, leques, retículas. Sapatos eram sem salto, sapatilhas. Os cabelos era, presos, repartidos ao meio, com cachos. As mulheres casadas e elegantes deveriam sair ás ruas usando os bonnets com abas largas nas laterais, cobrindo as orelhas.



Indumentária masculina:
Os franceses adotariam a moda inglesa como lei. A casimira – tecido preferido dos alfaiates ingleses, foi introduzido na França. A casimira é um tecido que pode ser esticado e bem modelado ao corpo, ao contrario da seda francesa. Assim a casimira e as roupas ajustadas ao corpo tornam a essência da elegância e nascem os primeiros Dândis, que surgiram ao mesmo tempo em Londres e Paris.



O dandismo prega a simplicidade na roupa masculina, peças sem bordados, tecidos lisos, cores primárias, uma elegância refinada, sóbria. Era um repúdio á extravagância e ostentação das gerações anteriores. George Bryan Brummel, foi o homem que definiu o estilo Dândi. Ele se orgulhava de suas roupas não terem rugas e suas calças se ajustavam á perna como se fosse sua própria pele.



Os trajes dândis eram muitas peças: casaca, colete, calção, casacos, um de cada cor. Os coletes eram curtos e de corte quadrado. Os botões ficavam abertos para mostrar o babado da camisa. Durante o dia usavam os calções justos por dentro das botas de montaria, á noite as meias de seda com scarpins.



O colarinho da camisa era virado para cima, com duas pontas projetadas ao rosto, firmadas por um lenço chamado de plastrom, eram quadrados de gaze, musselina ou seda dobradas em tiras sobre o pescoço. Essa tira era tão dura que muitas vezes era impossível virar o pescoço, que contribuía para fama de arrogante dos dândis. Aos poucos começaram a usar bengalas para parecer elegantes. Os plastrons ficaram mais apertados e começaram a usar um corpete para ficar com a cintura mais fina. Cinta ou Veste era denominado o “corpete” masculino.

Na moda atual:






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